Acabei de ler um mui indignado comunicado do Dr Abel Santos no Conspirações.
Posso concordar com muito do que hoje escreve e defende, com o tom indignado e com a legitimidade e objectivo da petição. Posso concordar com o conteúdo, não com a forma e
com os termos "criminosos do Verão quente de 1975 destruíram e roubaram, sem que isso representasse a vontade da vasta maioria do povo de Coruche".
Não creio que o Dr Abel Santos:
- na altura ainda nem com 2 anos de vida se lembre desses tempos quentes;
- muito menos possa, com ainda menos de 2 anos de idade, julgar os muitos que agiram a quente tomando em mãos uma liberdade fresca que tinha andado arredada, bem longe de todos nós;
- nem sequer deveria ter, com menos de 2 anos à altura dos acontecimentos, capacidade para aquilatar se era essa a vontade da vasta maioria do povo de Coruche.
Como criança, com um pouco mais de idade, não tomei parte mas assisti.
Lembro-me de ver arrastar pelas ruas da vila o busto de que fala, tal como me lembro de ver arrancar uma estátua em tamanho natural que se encontrava em frente do que hoje é a estação de correios de Coruche na rua 5 de Outubro...
Muito foi feito, nesses tempos quentes e conturbados, com o qual posso não concordar: destruição de património, expropriações, nacionalizações, etc..
Mas é preciso contextualizar as situações.
Quem nunca errou que atire a primeira pedra.
Uma última nota: não sei se comunicados com este tipo de linguagem não serão contraproducentes para o que o MIC almeja! Não seria melhor um tipo de linguagem mais informativa e menos agressiva e contestativa?? É uma opinião.
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3 comentários:
...não é preciso ter vivido esses tempos, para hoje olhar para trás e ver a injustiça que foi feita em relação ao Coruchense que viu a sua obra ser renegada. Eu sou muito mais novo que a pessoa, responsável pelo comunicado e percebo totalmente o alerta que faz pela falta de coerência, de coluna vertebral de algumas pessoas, que tudo fazem para conseguir mais uns votos em tempos de eleições, quando no momento chave, votaram contra a obra e contra a pessoa do Major.
O comunicado não é de facto do MIC, mas sim do responsável pela reposição da verdade em relação a uma figura de Coruche, que mostra mais uma vez defender a verdade e aquilo em que acredita acima de tudo, não estando preocupado com estratégias eleitoralistas ou em enganar as populações. O MIC tem um manifesto, no qual também defende a verdade acima de tudo, não há capas, nem estratégias escondidas, nem muito menos tricas politiqueiras, mas é um espaço muito mais amplo do que apenas esta questão do Major como poderá imaginar, se a ideia de uma força politica, preocupada, até desesperada com um Movimento aberto à diversidade (não um partido) de Cidadãos, era usar este assunto para criar crispações contra o MIC, o tiro vai-lhe sair pela culatra, lamento.
Ainda bem que existem pessoas que se pautam pela verdade e que sabem o que querem, são os únicos capazes de despertar interesse na paisagem monótona e cinzenta das unanimidades castradoras.
Caro Ezra. Penso que o Dr Abel Santos não precisa que venha defendê-lo. Por 2 razões: a primeira é que deve ser capaz de se defender se achar que está a ser atacado; segunda porque aqui não está a ser atacado. Que há falta de coerência no actual executivo já não é novidade. Se ler bem o post, até me parece que se diz que se concorda com o Dr Abel, não concordando apenas com a maneira de se dizer as coisas. E em relação a 75, onde volto a dizer muita coisa foi mal feita, não é preciso ter vivido, é preciso perceber, é preciso contextualizar. Para finalizar, este blog é pessoal e individual. Reflecte apenas opiniões e sentimentos do autor. Não reflecte posições de grupos partidários (ou de cidadãos), nem religiosos, nem de qualquer outro tipo. E que se saiba, ainda se pode ter opinião, ou não?? Obrigado pelas visitas e pelo comentário.
mas estava só a comentar, a dar também a minha opinião, não me estava a insurgir contra nada...
Força com o blogue. Abraço
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